Coisas de Carnaval
Experiência relatada por Magali.
" Coisas do Carnaval ( não foi esse ano).
Essa historinha é só para mostrar a tirania dos cantores de bloco.
Tava doida prá sair atrás de um trio. Surgiu uma oportunidade e fui com alguns amigos. Estava entusiasmada que nem pinto no lixo. Até que o cantor começou: Bota as mãozinhas prá cima!! Bate na palma da mão!!! Eu atendí a ordem prontamente e comecei a bater palma.
Tira o pé do chão!!!
Minha coordenação motora levou alguns segundos prá entender como fazia tudo isso ao mesmo tempo... Levantava os bracinhos, como batia na palma da mão e como saía do chão. Entendí tudo e comecei a pular e a bater na palma da mão.
Comecei a ficar dormente de tanto pular e aí comecei a fazer de conta que pulava.
Meus músculos do adeus ( aqueles que ficam embaixo do braço que sacodem todo quando você dá adeus, sabe qual é?) sacudiam de um lado prá o outro e os braços começaram a doer.
Meus braços estavam bem esticados prá cima, dei um jeito de dobrar um pouco os cotovelos e apertá-los contra o corpo para aliviar a pressão.
Até aí eu acreditava no bom senso dos cantores e pensava assim: eles sabem a hora de parar; eles sabem que nenhum ser humano (igual a mim), ficaria tanto tempo batendo na palminha da mão.
Já estava vesga de dor, mas quando olhava pro lado, todo mundo batia na palminha da mão com o maior entusiasmo. Eu não queria ser desmancha prazeres.
O cantor continuava: Bate na palma da mão...Bate na palma da mão... Bate na palma da mão...
Aquele som começou a ficar distante... Distante... Distante...E eu continuava no automático, batendo na palma da mão.
O cara não parou de mandar bater nas palmas da mão. Indefinidamente... Até que meu orgulho foi embora e parei de bater as palmas da mão e saí picada atrás de um Dorflex. No dia seguinte, não levantava os braços."
Magali