Mensagem 5 - Depoimento de Fátima Fonseca

"Minha história é quase toda de Felicidade. Tive uma infância em uma cidade, que na época não tinha nem luz elétrica, mas foi cheia de emoções. Minhas brincadeiras eram de subir em árvores, pegar cigarras, correr picula na rua e andar de bicicleta.

Escola nunca foi o meu fraco. Cheguei até a fugir quando tinha 5 ou 6 anos. Apanhei quando cheguei em casa, mas isso não adiantou muito não, porque eu era hiperativa e a criatividade para pintança era muita e meu pai, como era médico da cidade, fez com que todos me tratassem com privilégios e vontades.

Retornamos para Salvador em 1960, eu com 10 anos, tres irmãs ( 14, 12 e 5 anos), um irmão com 3 anos e uma na barriga, que nasceu assim que chegamos. Depois de tres anos, ganhei mais um irmãozinho.

Os 8 anos que passei no Colégio São José foram perfeitos para fortalecer a formação religiosa, moral e principalmente a formação sexual, porque, naquela época, os pais não conversavam sobre esse assunto. Não fui uma aluna exemplar. Nunca perdí um ano, mas continuei sem gostar de estudar. Fiz Curso Normal, começando no Colégio Alípio França e terminando no Colégio Costa e Silva.

Sempre gostei de crianças, cheguei a ensinar, mas resolví fazer vestibular para Dança. Quando me formei, já estava com duas filhas. Me casei em 1974 e esse ano faço 38 anos de casada. Sou muito feliz, tenho um marido que sempre amei e sei que sou amada.

Sempre pensei em trabalhar. A realização profissional chegou aos 40 anos e filhas já crescidinhas. Comecei a trabalhar com intercâmbio de adolescentes. Há 19 anos tenho uma empresa de Intercâmbio e Turismo. Durante esses anos, aprendí muito sobre educação. Os estudantes e pais, me ensinaram a entender o ser humano, a conviver com problemas e a controlar as emoções. Aprender com a vida, que faz a pessoa dar valor às coisas que realmente têm valor - a família e as amizades.

Às vezes eu pergunto a Deus se realmente eu mereço tudo o que ele tem me dado. Não que eu tenha tido só felicidade, tive algumas fases difíceis, a maior de todas foi quando eu perdí meu pai há tres anos atrás. Ainda não me recuperei dessa perda, mas tenho outros ganhos, momentos que fazem ocupar a mente de alegrias. Ganhei meu primeiro neto, depois de tres netas. Nada me deixa mais feliz hoje do que ser avó.

Estou com 62 anos e no momento tenho pensado muito no meu lado espiritual. Tenho tentado amar a todos que me cercam."

Fátima